quinta-feira, 15 de abril de 2021

Sedução



Corro e não te encontro.
Rasgo nos sonhos
inquietos desejos.
Sinto nos teus gestos
ternura que pedem ternura.
Indago à minha volta.
Nada me amarra a ti...
Mas o teu olhar cheio de meiguice
faz-me tremer de desejo.
O salpicado das tuas sardas
acalenta em mim um amargo doce
de querer ter-te em mim
e não poder, ou, quem sabe
se tu no intimo de ti
esperas que o meu olhar
te acaricie com meiguice,
amacie o teu desespero,
inunde a tua alma.
Só, fico à espera de um sinal teu.
Mesmo a medo percorro no meu sonho
a procura do teu insofismável toque,
outa forma de chamar...

João Manuel Sampaio, Cais do Rio Submerso, 2003.

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