Depois de uma Eucaristia bastante participada, celebrada pelo Sr. Padre Bernardo, às 15:30, o compasso começou a tradicional volta às casas habitadas da aldeia. A responsabilidade de levar a mensagem pascal a cada casa foi de um jovem de Carvalho de Egas.
A cruz, desta feita ricamente enfeitada com flores brancas, foi dada a beijar a todos, anunciando a ressurreição de Jesus e abençoando as casas. Não houve tempo para saborear um bolo económico ou um pouco de folar. Muito menos para beber um reconfortante Vinho Fino. O Compasso há muito que deixou de trazer as tradicionais duas cestas de verga, revestidas com alvas toalhas brancas, uma para os folares, outra para os queijos. Desta forma, já poucos percebem a tradicional expressão "tirar a cesta" bem típica de Zedes. Tão pouco se espeta uma moeda sobre uma laranja ou mesmo se introduz na mesma uma pequena nota de 20 escudos dobrada em quatro. Nos dias que correm tempo é dinheiro e o dinheiro são euros, em nota, num envelope bem identificado.O que não mudou, foi o saudável hábito de os familiares se deslocarem de casa em casa, ao ritmo do compasso, beijando a cruz nas casas daqueles que lhes são mais próximos.
Como a minha casa foi das últimas, deu mesmo para juntar um bom grupo de gente à volta de uma bola de carne, herdeira moderna do folar de carne, sem no entanto o substituir, saboreando as conversas e a companhia. Na rua, o frio era muito, mas o calor humano é que dá a temperatura certa a cada Páscoa.
1 comentário:
São estas tradições, mesmo tendo sido um pouco alteradas com o tempo que nos dão gosto por viver na nossa pequena e pacata aldeia.
Estas reuniões familiares em que se contam coisas antigas e se fazem graças com as novas...e este tempo primaveril que começa a despontar , é um luxo , passearmo-nos por estes campos onde se abistam campainhas em todos os cantos e o verde predomina.
Enviar um comentário